segunda-feira, 18 de abril de 2011

1° de Maio em Sergipe: Mais um dia de luta ou o único dia de luta?

    Seguindo uma resposta a Alexis Pedrão acho que a análise feita por ele é boa, basta apenas fazer algumas reflexões mais sérias para conseguir sair da aparência dos fatos e analisá-los com menos senso comum panfletário.
    Acredito que algumas palavras ditas são muito fortes para serem consideradas de um (partido) companheiro.
    Sempre o Movimento Sem Terra, como a Central Única dos Trabalhadores e o Movimento dos Trabalhadores Urbanos foram dispostas a alianças e unidades no dia 1° de Maio. Falo com muita certeza por ter vivido as ultimas construções do 1° de Maio em ARACAJU. Sempre denunciamos a super exploração dos trabalhadores. Como nos anos de 2007 e 2008, onde foi denunciado a super exploração no comércio aracajuano - com a abertura nos domingos e feriados. o ano de 2010, por exemplo, denunciamos o fechamento da fábrica confiança e a demissão dos seus trabalhadores.
    Acredito também que no ano de 2011 não será diferente o dia 1° de Maio para quem luta. Estava sendo sinalizado um grande ato unificado com todas as centrais e os movimentos sociais pela redução da jornada de trabalho e tantas outras bandeiras defendidas nacionalmente. Particularmente, considero uma ação desse porte, como uma grande ação unitária da luta da classe trabalhadora organizada. Ação esta, que teria todo o meu apoio, enquanto militante social.
    Vejo com muita preocupação o discurso do camarada no que concerne a priorizar o ataque as centrais sindicais e o MST, onde ele considera de esquerda apenas a organização dele e as outras que ele conversa ( parecendo ser um clube, onde só é de esquerda quem ele convida e quem comunga com as mesmas idéias e análises dele.). Isso me dá uma preocupação muito grande do sectarismo que esse camarada taz consigo. Também traz uma preocupação do conceito sobre o que é ser de esquerda.
    Gostaria de lembrar que esse mês é o mês do Abril vermelho, onde o MST nacionalmente fez mais de 100 ocupações de terra reivindicando a Reforma Agrária, trancou várias rodovias, ocupou a vale do rio doce, entre tantas outras lutas ocorridas. Gostaria de lembrar que em SERGIPE não foi diferente. Os acampados do Movimento Sem Terra no perímetro de irrigação jacaré sica 2 - malhador-, ocuparam o INCRA cobrando desapropriação dos lotes para a Reforma Agrária ( lembrando que hoje é da SAMAM), os Assentados do Jacaré Curituba, estão lutando pela completa instalação do projeto de irrigação para as mais de 700 famílias em Canindé e Poço Redondo; Os acampados de Japaratuba também cobram a desapropriação de áreas para a Reforma Agrária. Além do SINTESE organizar o seu primeiro Abril Vermelho.
    Colocar como central no seu texto as divisões políticas no dia 1° de Maio, é desconsiderar as mais de 10.000 famílias acampadas e as mais de 9.000 famílias sem terra Assentadas em Sergipe que lutam todos os dias contra os avanços do Capital nesse Estado; é também desconsiderar as mais de 1.000 famílias sem teto na Grande Aracaju que lutam todos os dias contra a especulação imobiliária, mostrando que esse projeto que defendemos nunca é de conciliação, pois é incompatível com o projeto do avanço do capital. 
   Contudo, gostaria apenas de dizer que a luta no dia 1° de Maio não é só em Aracaju, onde já estão confirmados atos em Poço Verde, Lagarto, Japaratuba, Poço Redondo, etc. Mas Dizer também, que os QUE LUTAM TODOS OS DIAS, por exemplo, comemoram 4 anos de luta por moradia dentro de um galpão na rua de Amapá e Espírito Santo. Para esses, o dia 1° de Maio tem um significado profundo.
   Portanto, torço apenas que em outro momento histórico no amanhã, possamos construir um 1° de Maio sem levar em conta quem está dirigindo, ou quem é do meu grupo. Pois, como diria o Grande Camarada Chileno Salvador Allende : "Se abrirão as Grandes alamedas por onde passará os homens livres"!

Forte abraço, e Saudações Socialistas!!!